Ao Velho Cajueiro Já estamos em pleno novembro, mas confesso que só agora me lembro, ao olhar as poucas frutas amarelas, de que tu, ó imponente cajueiro, é a mais velha árvore do terreiro, e talvez por isso das mais belas...
Sim, porque trás tanta lembrança! Já existia quando eu era ainda criança... Mas só agora depois dos anos passados é que eu realmente consegui te ver. Senti então que precisava lhe escrever para eternizar os teus tempos dourados...
Hoje sob ti, cajueiro, parei um momento... Era como se parasse até o vento... Quando olhei teu caule esbranquiçado; as velhas folhas ásperas e arredondadas; as últimas frutas pelos pássaros picadas... Pensei... Juro que pensei em nosso fado...
O tempo passa... Passa, e tenho pensado, depois de te ver ainda ali todo copado. Tão forte! Tão lindo! Como ainda resiste? Olhando-te, ó cajueiro, aprendi uma lição: viver é muito mais que qualquer ilusão... É preciso viver... Viver tudo que existe...
Viver até mesmo as duras tempestades. Viver os ventos, viver a dor, as saudades... Acho que tudo isso nos deixa mais fortes. Tu, ó cajueiro, é com certeza o maior exemplo. Por isso, tão extasiada eu te contemplo, e já não posso reclamar das minhas sortes...
Quero mirar-me em ti. Nessa tua altivez... Mas reconheço minha triste pequenez diante da vida, do tempo... Diante de tudo. Ensina-me, ó cajueiro, o segredo da natureza. Ah! Ensina-me um pouco dessa nobreza... Ensina-me tua sabedoria, sobretudo...
Interação da querida amiga e poetisa Regina Madeira
Assim como o seu VELHO CAJUEIRO temos que ser fortes e seguirmos para o Norte, sem medo de viver Enfrentar todas as batalhas,
sem jogarmos a toalha, para no final vencer Com qualquer bilhete da sorte ou faca
com ou sem corte, nossa ideia debater Seja um inimigo ou canalha,
que a nossa força nos valha, para luzes acender.
Obrigada querida amiga. Valeu a interação. Abraços e até...
( Imagem: velho cajueiro do meu recanto de infância. Imagem clicada por mim no domingo dia 22/11/2015 quando lá estive para passar o fim de semana com meus pais- fiquei olhando ele um tempão enquanto comia um caju e então pensei que nunca tinha escrito nada para ele.E ele merecia porque me viu crescer e ainda está firme e forte e lindo. Ele merecia porque me ensinou naquele momento que eu o olhava que é preciso superar o tempo e as tempestades em nossa vida. Chorei. Tenho chorado muito por tudo que passei esses dias. Mas quero ser forte como o cajueiro.Então resolvi voltar a escrever. Espero poder estar aqui agora no Recanto mais tempo.)
Sonia de Fátima Machado Silva e Regina Madeira
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 24/11/2015
Reeditado em 27/11/2015
Código do texto: T5459144
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