Matem o líder dessa matilha

Quem vai pagar a conta

Pelo que não tem preço

E colocar do lado certo

O que ficou virado pelo avesso

Quem vai trazer de volta a criança

Que morreu ainda no berço

E questionar as ganas do poder e do progresso

Que nos ignora e nos humilha

Como se não fossemos de carne e osso

Mas feitos de brisa, vento ou gesso

Quem vai amenizar o desgosto da filha

Que viu seu pai cair numa cilada

Quem vai nos salvar dessa armadilha

Nos tirar dessa arapuca

Colocar a mão nessa cumbuca

Cheia de escorpiões e cobras

Prontos para dar o bote em Brasília

E quem vai matar o líder dessa matilha

Cortar a cabeça desse Leviatã

Limpar a lama da Samarco em Mariana

Fechar a torneira do propino-duto

Curar a dengue, zika, chikungunya ou febre terçã

Quem vai parar de pular carnaval

De comer feijoada e beber caipirinha

Esperando que a cura de todo esse mal

Se faça sozinha

Quem vai colher a rosa negra

Que brotou no meio do ninho das ratazanas

Entre os escombros da boate Kiss espalhados no chão

A rosa tépida cujas as pétalas manchadas de sangue

Cheiram a impunidade, tragédia e corrupção

Andre Luis Aquino
Enviado por Andre Luis Aquino em 22/01/2016
Código do texto: T5519804
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