A MENINA QUE ENCANTOU O MAR

Era raro não vê-la chegar no fim dá tarde, com seus passos lentos, seu jeito boneca, palhaça, ponto de interrogação. O que iria mesmo fazer naquela ponta deserta de praia? Apenas sentava e deitava seus olhos figurativamente lânguidos sobre o Mar.

Parecia haver uma simbiose, uma ligação e até mesmo um entendimento, ela parecia entender todas as nuances de comportamento do mar, as vezes bravío, as vezes suave, mas, sempre lindo. E assim indo e vindo, as vezes chegava a lamber -lhe as pernas e Goticulas subiam auxiliadas pelo Vento e assim lhe tocavam o rosto e os lábios como um suave beijo de amor. O imenso Mar parecia encantado, pela linda menina dos olhos abandonados. Era encantamento mútuo, era um contemplar-se necessário, era vital para os dois, pois a menina que se apaixonara pelo Mar, no fundo sabia que era correspondida no seu jeito de amar, e por vezes cantou e encantou o Mar.