Perder-te, foi perder-me
Perder-te, foi perder-me pelas desoladas
e frias noites de um buscar sem tréguas
por onde cansei na repetição das léguas
que só me deram estradas após estradas...
Perder-te, foi secar todas as aguadas
e enche-las todas, de novo, no pranto
que, encachoeirado, caiu do desencanto
desde que, sem ti, eu apenas juntei nadas...
Nada tenho, nada sou, a força diminui;
me parece, às vezes, até, que eu morr
pois até meu sonho, bom de sonhar, se dilui...
E, em vão, eis que eu procuro aqui e ali
é que tudo, tudo, o que de bom eu fui
tudo, sem exceção, eu deixei em ti...