Perder-te, foi perder-me

Perder-te, foi perder-me pelas desoladas

e frias noites de um buscar sem tréguas

por onde cansei na repetição das léguas

que só me deram estradas após estradas...

Perder-te, foi secar todas as aguadas

e enche-las todas, de novo, no pranto

que, encachoeirado, caiu do desencanto

desde que, sem ti, eu apenas juntei nadas...

Nada tenho, nada sou, a força diminui;

me parece, às vezes, até, que eu morr

pois até meu sonho, bom de sonhar, se dilui...

E, em vão, eis que eu procuro aqui e ali

é que tudo, tudo, o que de bom eu fui

tudo, sem exceção, eu deixei em ti...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 05/07/2007
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