Autorretrato...

Autorretrato...

Papel e pena... Esboço que faço

Tentando definir o que traço

Vejo surgi então

Meu perfil tosco

Como peça entalhada

Em maciço tronco... Forma que se torna

No espaço.

Tentando redefinir meus paralelos

Utilizo linhas fortes, escuras

Pensamentos exposto... Corrente

Vejo elo a elo...

Rabisco de minhas ilusões

Quebrada em tantos lugares...

Já nem me servem de prisão!

Liberdade? Só uma sensação...

A borracha apaga o erro

Mais não aceito a oferta

Eu redefino meu traço

Deixando a linha antiga

A mostra!!!

Não posso correr o risco de esquecer...

Logo volto a desenhar margens

Como fica cabeça, pês mãos...

E na assimetria da minha auto- estima

Já pressinto a imperfeição...

Esboço...

Esfumaço de retrato,

Como um rupestre desenho

A definir o não sei exatamente o que...

Como no que não se sabe o que se lê...

Estado caverna!

Presa a mensagem cifrada de mim... Pra mim!

Sempre serei um quadro inacabado!

Rabisco-me,

Até encontrar a impressão

Que a luz não registra

Mas se fixa em alheias retinas

De quem me captura no olhar

De quem me vê...

Sem me enxergar!

Observadora
Enviado por Observadora em 28/02/2016
Código do texto: T5557912
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