Não mais rodar

Mais nada vai me fazer mudar, muito menos a ti.

Já deixei de saber, já me deixei ignorar todas as poucas sentenças.

Tudo que era vago, passou a ser um vazio muito cheio.

Muitos dos anos que já se foram se transformaram em tudo aquilo que eu vou um dia ser.

Com o vento ao meu lado, com todas as folhas como aliadas, não havia mais nada a temer.

Quem sabe se de fato deveria eu mudar.

Abdiquei de fazer nascer os gestos mais grotescos da sua existência.

Não há mais uma linha contínua que possa juntar as três voltas.

Passei a divagar pelos campos de não mais querer.

Os seus gritos surdos e os meus silêncios de conformismo foram os que mais puderam me atrelar ao que era então transitório.

A caminhada dos malditos, dos não menos afortunados do que tu, foi uma das mais ilustres fascinações que fora omitida e escondida pelas terras.

Era incrivelmente vergonhoso não ser mais aquilo, mas quando passei a viver um novo tu, era mais do que simples dizer que era falho.

Colou então, todos os desenhos do não mais viver sem haver.

Stephanie Correia
Enviado por Stephanie Correia em 09/07/2007
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