O elefante e a formiga


Hoje, conversando seriamente com uma amiga,
Ao lhe atender, como sempre, em tantos favores,
E dela receber em pagamento um “muito obrigada”,
Esquecendo-se que nem tudo na vida são flores,
Lembrei-me da estória do elefante e da formiga...

Estava um dia a formiga à margem de um rio, aflita,
Sem saber como atravessar as águas barrentas,
Ela, tão pequena e o rio tão largo, água tumultuada,
Em seu desespero, sem saber o que fazer, se senta
Sobre uma pedra e passa a meditar sobre sua desdita.

Eis que enfim, surge no horizonte um imenso elefante
A quem ela, formiga, pede providencial socorro,
Clamando entre lágrimas a ajuda, suspendendo a saia,
Dizendo: “eu lhe dou o que quiser, senão eu morro!”,
Ao que o elefante aquiesceu, sem pensar por instante.

Com ela, agora destemida e sentindo-se como rainha,
O elefante atravessou bravamente a água profunda,
Levando-a à outra margem, depositando-a na praia.
A formiga agradece – Obrigada! - Ele, olhando sua bunda,
Responde: - De nada! Agora pode abaixar a calcinha...

E rimos incontrolados por muito e incontável tempo,
Até ouvi-la sussurrar ínsinuante em meu ouvido:
“Muito obrigada! Só um homem como os de tua laia,
Seria capaz de ter, neste momento, assim pretendido,
Fazer-me tua amante, ao te expor meus sentimentos
LHMignone
Enviado por LHMignone em 22/03/2016
Código do texto: T5582051
Classificação de conteúdo: seguro