Nesse teatro de absurdos

Não vá dormir hoje

Sem antes meditar

Se a sua mão pode fazer

Se é seu o tear

Se o teatro dos absurdos

Acontece sempre

É sua a vez de atuar

Não usar um texto ruim

Não deixar se alienar

Usar na pausa da fala

O sentido de não se calar

Usar na impostação da voz

A força convicta do que diz

A palavra que se usa pra mudar

Sem baixar a cortina do palco

Vamos grassar nossa nudez

Mostrar que é essa a cara que temos

E que a maquiagem não cobre a nossa tez

Pois se não nos querem sujeito atuantes

Em Brecht encontremos nossa vez