Mundos Paralelos


Talvez para comprovar o que por Einsten intuído,
Ao proclamar a existência de mundos paralelos,
Os quais nos permitem transpor o espaço-tempo,
Em velocidade superior à da luz, sem contratempo,
Deslocando-nos pelo tempo infinito, sem anelos,
E em busca de algo ou alguém um dia querido...

Sabe-se que mesmo sendo o mais curto caminho
Entre dois pontos, a reta não será o mais rápido,
Sendo-o o da hiperbólica via, como comprovado.
Quando se ama, contudo, anseia pelo ser amado
E sente-se nos lábios a ausência do calor sápido
E o corpo clama e requer sequer por um carinho,

Quando não o temos próximo, posto que distantes,
E não nos é permitido senti-lo ou até mesmo vê-lo,
Mergulhar em olhos alheios, cheios de saudade,
Contrariando princípios físicos, já que a felicidade
Da vida, em forma suprema, é simplesmente tê-lo
Presente em lembranças, mesmo que por instantes.

E, assim, transpomos a distância imensa, infinita,
Transgredimos as coerências do espaço e do tempo,
Mais rápidos do que pode nos ditar essa vã filosofia,
Em pura inocência, o tornamos presente, na poesia,
Expressando ao mundo através de pueril lamento,
Essa distância que nos angustia. Coisas da vida...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 28/06/2016
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