Espirito Nordestino

Um dia se passa e, aqueles ventos param de soprar

A árvore que estava frondosa

Florida e grandiosa

Deixa suas folhas caírem

Suas flores, seus frutos

Somente os galhos e ramificações permanecem

Enraizada na secura da terra onde os verdes já não crescem

Resta só a caatinga e os mandacarus

As carniças onde pousam os urubus

O sol ardido e o grito dos carcarás

Aquele homem que vagueia no lombo do jumento

Está ali, protegendo o que resta de seu sustento

Um pouco de água no cantil

Carne seca pendurada por um fio

Este deserto que se perde de vista

São dias, anos para ver novamente terra mista

O calango que rasteja

A cascavel que fica na espreita

Tal como a gota dágua que evapora

Está na hora de ir embora desta secura

Fazer novamente a jura de voltar

Quando daquela árvore um pequeno verde germinar