FLOR D'ALMA NA PELE
Quando me vi Florbela,
compreendi a dor que Espanca
e, porque a palavra grita
e a vida aflita não estanca.
E quando me retirei dela,
estava cansada de tranças...
da luz amarela da vela,
das vozes de desesperança. ...
Das cores de olhares sem brilho
Das bocas com risos cuspidos.
Quando me vi Florbela
senti o peso nos ombros,
senti no peito os escombros
de erros tão descabidos
Amar amores erroneos
Sangrar por anjos caídos...
Salguei os ais dos meus dias
Em palavras e rimas que jamais diria.
Espanca o luar a cela...
O Sol quebrou as janelas
Mais clara a chama da vela
No dia em que me vi Florbela.
***
Dulce Valverde
30/16
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