Quem nunca?

Quantas vezes na vida,

Arquitetamos um sonho,

Suas medidas, seu modelo,

E de alguma maneira inserimos nele

Alguém em quem confiamos, para

Junto conosco, montar cada bloquinho

Que por fim, imaginamos nós, um dia estará ali

Emoldurando nossa vida,

Da forma mais perfeita possível...

E seguimos, lado a lado com essa pessoa

Aceitando as migalhas e nos contentando

Porque, afinal é tudo que ela nos pode dar.

Não porque não tenha, mas porque

É o máximo que quer, dar migalhas.

Mas um dia a gente se dá conta de que,

Estar do lado, não é o mesmo que estar ao lado.

Do nosso lado, pode estar uma pedra, e nem por isso, ela

Nos socorrerá em um momento de fragilidade.

Notou a diferença?

Pois é, a vida e tudo nela, são mesmo um tanto

Desencantadores, e ao passo que todo começo

Costuma vir cheio de promessas implícitas,

Todo fim inevitavelmente traz dor.

Mas que poder temos sobre um terremoto?

Só nos resta pedir aos céus que o chão

Agora convulso, estabilize e

Seja devolvido aos nossos pés

E, na melhor das hipóteses, sobrevivamos.

Com o mínimo de danos possível...

Quem sabe possamos depois do cismo,

Reconstruir algo ainda...

Mesmo por cima dos escombros

Usar os entulhos como alicerce, talvez...

Que a morte não venha como opção.

Temos que crer, que a vida é forte!

E eu desejo, que um dia, se isso lhe acontecer,

Consiga sair de tudo o mais inteiro(a) possível

E que reconquiste a alegria de sorrir.

E experimente a sensação terna do contentamento.

E de viver um dia por vez, para que seu coração

Recomponha-se, e um dia, esteja íntegro.

Do jeito que era, antes de o esfacelarem.

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 03/08/2016
Código do texto: T5717830
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