VINCOS
Traços na cara do tempo
encaram meu rosto
e o destempero exposto.
Fios embaraçados
pensamentos desalinhados e adornados
pelas mãos da razão.
Em nada lembram os vôos do pássaro do coração.
Fios negros branqueados,
pensamentos afagados
pelo black-out do tempo.
Pés que reescrevem rotas
emaranhando histórias
nas linhas das palmas ao vento
Ditado sem palavras
ensurdecendo o silêncio.
E lá vou eu desfiladeiro abaixo
para mais um desafio:
- Olhar os olhos da vida,
abrir a porta do dia,
me permitir a saída
e seguir ignorando o frio.
- Beijar os lábios do dia,
subir no bonde da vida,
abrir o peito, encarar a lida
e seguir
vendo flores descolorir nas curvas do meio-fio.
D.V.
10/16
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