NA LOJA DUM POETA

Na loja dum poeta

Toda a gente fica quieta

Mexendo apenas os olhos

Não sei se é forma correta

Mas saca duma caneta

Franzindo os seus sobrolhos.

Sente-se um atleta

Ao fazer uma directa

Sempre a escrever poesia

Chegam a chamar-lhe pateta

Mas isso não o afecta

É feliz no dia-a-dia.

Sua poesia é predilecta

E a forma como a interpreta

Sem precisar de microfone

Faz dele grande vedeta

Acreditam que é profeta

Sem que ninguém o abandone.

Maria Custódia Pereira

21/11/2016