Desatinado Querer#

O que não se deve é breve,

neve em torno do vulcão da euforia,

lava que escorre pelos vãos, à revelia,

sob o fascínio, que engana e enternece.

E o que se esquece

é exatamente o que vai estar, lá, adiante,

quando o perigo apresentar-se, num rompante,

desfazendo o chão, queimando todo o caminho.

Então, sozinho,

é quando o coração vai se dar conta,

que a solidão está na nuvem que desponta,

nesse negrume de viver incendiado.

O que se deve não se pode

O que se pode não se deve

Enfim, tudo foi consumado.

ENIGMA
Enviado por ENIGMA em 28/02/2017
Reeditado em 01/11/2021
Código do texto: T5926659
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