O que meu coração exige

Ah, o meu coração não quer que eu cale...

quer o meu grito em confissão e em Poesia

e que, em cada frase que o meu estro fale,

que eu faça escorrer minha dor como sangria...

"Conta a todos", ele exige... "é isso o que vale

já que tu provaste da cicuta à ambrosia...

e que o teu senso (por ser senso) se iguale

mesmo no sabor excêntrico de veneno e iguaria...

E que não morras pela vã e amarga cota

do sabor da amêndoa fatal, vil, venenosa

que, num repente, aos teus sentidos embota...

Que te vá escapando o débil fio da existência

sob os vapores da emoção mais langorosa

e sob os auspícios da mais adocicada essência !"...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 06/08/2007
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