Luz interior*..

 
 
A luz que me permite
ver as cenas de atrocidades
é a mesma que me aponta
as dúvidas e as verdades...
o olhar que identifica a dor,
a solidão, o abandono e a tristeza
é o mesmo que se espanta
diante das cenas de beleza...
não sei o que vi primeiro,
se a destruição e o descaso
ou a solidariedade e o amor,
sei apenas que não posso deixar
de ver as cenas que se apresentam
nesse cenário de deserdados,
feridos e humilhados,
que logo em outro plano
apresenta o outro lado
de uma mesma moeda.
Não posso fechar os olhos
e fingir que desconheço
os que padecem de fome
ou os que esbanjam comida.
Estão todos lá, apresentados,
diante de minha visão,
cenas diárias que pedem solução,
não apenas compaixão.
Não posso olhar
e fingir que não vejo,

os que pedem clemência,
o grito de socorro no olhar silencioso

o pedido de alimento na mão sem força
para pedir ou trabalhar.

Não! A luz de minha consciência
não pode se apagar, ela pede,
a todo instante, um posicionamento.

Eu já escolhi, mas quase nada eu fiz...
 
Este texto faz parte do Exercício Criativo -
Eu Vi Primeiro
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*Livre adaptação do texto [JÁ FAZ TEMPO QUE ESCOLHI - THIAGO DE MELLO]
 
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 17/04/2017
Reeditado em 18/04/2017
Código do texto: T5973050
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