Os 7 Trabalhos de Maria II

À MARIA CABE:

1.

dedilhar centúrias

de flores e armá-las

de manseiros à bravura

de seu amor.

e, ao guerreiro comum,

alentar

com sorriso de mulher,

seus afeitos

de jasmim

comungando os fracos

com seu amor.

2.

não olvidar

dos esquecidos,

dos meias-pátrias,

dos desfeitos

pelo infortúnio,

que alam e pregoam

de solidão.

e, na vida,

nada mais querem,

do que sorver,

mesmo que por minutos,

do cálice de ouro

que habita em

seus lábios.

faça deles o início

do apanágio

para sua vida eterna

num momento

sagrado,

onde vivem aqueles

de precipícios.

3.

não ficar devedora,

igual aos seixos

largados

às margens de riachos.

de seu amor

faça-os forte

e de grande porte.

dos pobres de amor

faça-os ricos

com beijos que

apaneiam a lenta

demora que

mata até os fortes.

maneja-os com

o acarício de uma flor.

e, em nome dos sem filhos,

deva-os o assento

da fraternidade.

uma palavra basta,

pois a rosa dos seios

conforta

e o olhar hasto

os fará farto.

4.

mantenha-se

no equilíbrio

da vida

e saiba que

o hercúleo natal

também tem areia

e sangue.

mas tem também

seu brilho

sem vestal rodeado,

que chameia para

todos a vela

comum que dos

olhos perdidos

os fará chameados.

5.

quando, de frente às

torres eslavas,

dos homens de grego,

não os deixe desaminar.

pois tamanha é sua

riqueza que afaga

os pobres e alenta

de natureza forte

os abandonados

do carinho e os

perdidos de caminhos

na terra dos inflamados.

6.

não deixe ninguém

padecer sem seu beijo

pois nele está a vida,

somenos, a esperança

dos que nunca veem.

dados nos costados

dos homens

santos não há,

lá viceja apenas

a afronta dos já

nascidos e fadados

para nada ser

no mundo feito

sem apanágios.

7.

e à maria cabe

tornar todo

homem uma realidade,

todo sonho

em seu colo

uma eterna

manjedoura

de felicidade.

pois na terra de Zeus

já dizem por lá:

viva maria !

que dorme doce,

que afaga

com beijos

os dormentes

de solidão

que vagueiam corço.

e, neste vazio dos

homens,

ninguém deste mundo,

há de deixá-lo

sem ouvir as palavras

de maria,

não há de morrer

sem seu profundo

beijo de fraterno

e abençoado

de chameios que

fazem os

eternos.

José Kappel
Enviado por José Kappel em 29/04/2017
Reeditado em 22/02/2019
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