Fragilidade

Descansa a língua sem papas.

Descansam os pés sem passos.

A vida segue sem pular etapas,

Sem se lamentar pelos fracassos.

Como não sentir pela fresta tanto frio,

Se o vento sibila rangendo as brancas portas ?

Um oceano de vozes percorre num arrepio

O sono silencioso das paredes já mortas.

Vigia o desconforto um feixe frágil de vida,

Na imensidão escorrida no cinza do dia.

Morreram os sorrisos n'alguma tela esquecida.

As mãos enterradas na face arranhada,

Contam o tempo de uma espera sem fim;

Do jogo, sobrou só o tabuleiro...mais nada.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 08/08/2007
Código do texto: T598946
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