Cândido ou o Socialismo

CÂNDIDO OU O SOCIALISMO

“A liberdade pode subsistir com a necessidade absoluta” Dr. Pangloss

“Porque, seu Hoover, o brasileiro é um povo de sentimento” Oswald de Andrade.

Rústico se traduz por caboclo,

Os umutinas atravessavam rios a nado,

A sua casa é abrigo de palha,

Sobre paredes de pau a pique...

Pobres casas de palha,

Algumas infestadas de baratas...

A pólvora?

Cortava-se no mato crindiúva,

Deixada secar, enterrada e queimada,

Um carvão fino, salitre e enxofre,

Pilava-se bem...

Iluminação?

Um candeeiro de barro

Com banha de porco

Ou azeite de mamona

E torcida de algodão...

Paca, porco-do-mato,

Tatuetê, teiú,

Macuco e nhambu...

Água Fria e Morro Grande,

Onde não há capelas,

E são devotos de São Roque!

Feijão, macarrão e polenta,

Os ébrios abundam,

E as mulheres nem sempre dão exemplo de sobriedade...

Quantas penas tem a galinha?

As mesmas do homem: fome, sede e morte!

Chico da Cota, Pedro da Joana, Zé de Nhá Maria,

A madrinha de bandeja e os padrinhos...

Fruta comia-se muito antigamente,

Antes havia as que Deus deixou

Hoje só tem as que nós plantamos.