Soneto da Minha Desgraça

Como o também poeta maldito

Não tenho como desgraça ser poeta

Minha desgraça tem uma seta

Apontada para trás do que vivo.

Ser poeta não é ser desgraça

Mas do mesmo jeito que desgraça passa

Ela vem e quanto o poeta menos espera

Vira um desgraçado, de vera.

Vou desgraçando para trás

Maldito pra mim é tudo que

Tem algo especial de mais.

E um dia eu estarei livre

Desta desgraça que não tem a ver com poetizar

Mas acho eu, pode matar.