Mendigando Amor

Uma palavra de afeto,

Acalentaria a alma solitária.

Sofrida, abandonada, extenuada,

Uma simples mostra de afeto...

A acariciar o coração amargurado,

Roto, maltrapilho, desfigurado...

A busca incansável de uma atenção, um sorriso sequer ...

Em um mundo onde simplesmente “não se tem tempo” !

Mundo que tornou as pessoas frias, egoístas e omissas,

Atribuindo o valor de uma Vida, o “ignorar ao próximo”.

Uma palavra amiga,

Salvaria um ser em desesperança.

A ausência do último motivo de viver,

Uma simples mostra de afeto ...

A encorajar a alma já desistente,

Da existência, e a mendigar AMOR ...

A procura utópica do motivo da inversão dos valores ...

Os “materiais” a ofuscar, a esconder os “imateriais” !

Numa escala incoerente, na qual o Ter é mais que o Ser,

Contrariando a natureza humana da troca, dar e receber.

Uma palavra sincera,

Faria um afago, uma carícia.

Em alguém perdido, confuso, inerte,

Uma simples mostra de afeto ...

A orientar um semelhante descrente,

No regresso de “pedinte” para “doador” ...

E o encontro decepcionante de uma realidade cruel ...

Irreversível e evolutiva, criada pela própria humanidade !

Rumo a um futuro cada vez mais obscuro, a por em risco,

O mais notável atributo do ser humano, amar uns aos outros.

Uma palavra apenas,

Uma simples mostra de afeto ...

São poderes capazes de mudar isso !

Pois mendigar AMOR, é a mais profunda degradação humana ...

Por Alexandre Boechat

Alexandre Boechat
Enviado por Alexandre Boechat em 11/08/2007
Código do texto: T602759
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