Sem rumo

Sem rumo

maria da graça almeida

Eu me perco de ti

nas noitadas sombrias,

na poesia, então, vazia,

nos versos de não te saber;

eu me perco de ti

nas madrugadas mais frias,

nas ausências doentias,

na ânsia do amanhecer.

Eu me perco de ti

nos dias ensimesmados,

nos sentires maltratados,

na vontade do prazer;

eu me perco de ti

no entardecer silente,

quando a sombra traz somente

o temor do escurecer!

Eu me perco de ti

se ansiosa inda te clamo

e de sofreres reclamo

por ternuras sem fim;

eu me perco de ti

ao me negares teu sim

e assim perdida de ti...

perco-me inteira de mim.

maria da graça almeida
Enviado por maria da graça almeida em 17/10/2005
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