Poema 0148 - Miragens do nosso amor

Tuas vestes são miragens aos meus olhos,

o não existir que me excita,

no escuro da paixão tateio teu corpo,

te cheiro, lambuzo com meus desejos loucos,

sabido do meu prazer revoltam as nuvens.

Sou o pedaço de inferno que adoras,

um sentimento infinito que jamais te deixarás,

sou também os escuros da noite, o sono,

teu sol, calor que invade o sexo sem permissão,

os cheiros, líquidos e o sabor que tempera.

Depois desta paixão não sei pra que serve sonhar,

tenho delírios deliciosos,

sem as pontas que machucavam o peito,

limpei fragmentos, dei brilho novo na alma,

no teu quarto encontrei frestas de felicidade.

Não quero notícias dos tempos que era amante,

tento não voltar todos os dias,

teu amor é meu ímã, me trazes sem permissão,

não quero vento contrário às tempestades de amor,

permito-me ficar, permitas-me amar mais esta noite.

Depois do amor, deixa que a felicidade entre,

quero voltar aos sonhos que desenhei um dia,

tenho que fazer a vida valer a paixão que sentimos,

ainda que não queiras, estou perto demais, dentro demais,

tanto que não conseguimos separar os corpos.

Não preciso de respostas, de palavras escritas,

quero os olhos, permitindo invadir tua paixão,

ondas de suores molhando os lençóis,

até que as marcas fiquem impregnadas na carne,

nos gozos, nos êxtases, nos desejos de ficar.

Hoje já não somos miragens de nós dois,

vestimos-nos de amor, quase puro, quase eterno,

pigmentamos com todas as cores do mundo,

cobrimos nossas noites de todos os sentimentos,

não pelo prazer de ter, mas por amor, teu, meu.

26/01/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 08/03/2005
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