Beijo

Foi uma convivência meramente insuportável,

Que não mais era predestinada

Enquanto eu rumava para o meu teto de madeira,

Deixava para trás todas as roupas contigo

Um dia eu sei que foi certo

E amanhã saberei do leite que chega à porta

Mas cabe ao presente me sentar no colo, para niná-lo sem me esmorecer

Daí então caminhei até um pingüim que veja só, estava sentado bem do teu lado!

As palavras já não fluíam com o vento,

E me partia cada vez mais ver todos os bules do mundo, todas as chaleiras a gritarem fumaças pelo ar

Nas árvores então passei a habitar,

Não tinha mais medo de altura e não tinha medo de cair

Todos os receios que tinha perto de ti, sumiram

E o dia mais revelador de todos foi quando cai pela primeira vez

Deixava-te para trás e senti a terra embaixo dos meus pés,

A matéria orgânica era o compasso de uma triunfal retirada

Eu sou tudo e todos, sem hesitação ou inquietações

Passei a transbordar por todas as matérias

Foi no dia que quebrei o céu, que criei rachaduras nas nuvens

Que tu imploraste por mais um cheiro, mais um sabor do real medo de viver

Mas daí meu amigo, já estávamos longe demais de qualquer beijo

Foram então em sete dias que fugi, cai, deitei e morri.

Stephanie Correia
Enviado por Stephanie Correia em 18/08/2007
Código do texto: T613066