RETRATADO...

O fim de tarde desnudando

o horizonte que arde

Da janela, o olhar escapa

por outra espiada na imagem...

Uma taça e uma garrafa

mais nada que o retrate

na mesa vazia algum recado.

Além vai a imaginação,

pudera eu tocar com as mãos

falar os absurdos do coração

já na exaustão...

Madrugada por vir

Os olhos mareiam sem destino

por vontade de ti.

Se eu dormir, se talvez acordar

amanhã será outra armadilha

nada me constara, se não

esse alguém que me leva

e ausência me deixa vagar

sem de fatos alguma razão.

Sonhos desconexos,

delírios e frases enroladas...

Coisa antiga sem porta retrato.

Amanhã não irei levantar

suposto que não vou me suportar.

Porque deveria cambalear

se não me alegro a mais?

- Digo algo meloso a sofrença,

Para ter uma última frase no ar?

Tá.

"Toma esse silencio proposital"

Que Eu prefiro ficar a desenhar,

a descrever as faces que me consta

sobre essa pauta amassada

aonde me deito contemplando

o vazio ao meu lado

sem enxergar quase nada

ciente apenas que haviam

tantas outras ideias por aqui

parecendo se completar...

E já que não sou dona de mim

e não há contagem de tempo e fim

atiro a pena a tua página...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 24/12/2017
Reeditado em 15/04/2020
Código do texto: T6206929
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