Um Soneto para a "PALAVRA"

Na Palavra, vai existir sempre o rito avesso...

E não me venham com esse preço posto,

deixem que eu coloque nela o meu preço

que será sempre menor do que o pressuposto...

Salivá-la, degustá-la, possuí-la a meu gosto:

borra, que é o fim; néctar, que é o começo

e, aí, tabelá-la, sem censura e sem imposto

mas com os quilates que ela vale para mim...

Ah, a Palavra tal e qual um preciosismo;

tal e qual a jóia da frase ou da conjugação,

ágil, ígnea, em sintaxe e em mimetismo...

Ah, a Palavra e essa sua luminar ousadia

que, há milênios, expõe o equívoco e a razão,

mergulhando na prosa, voluteando na Poesia...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 24/08/2007
Código do texto: T621720