Um Soneto para a "PALAVRA"
Na Palavra, vai existir sempre o rito avesso...
E não me venham com esse preço posto,
deixem que eu coloque nela o meu preço
que será sempre menor do que o pressuposto...
Salivá-la, degustá-la, possuí-la a meu gosto:
borra, que é o fim; néctar, que é o começo
e, aí, tabelá-la, sem censura e sem imposto
mas com os quilates que ela vale para mim...
Ah, a Palavra tal e qual um preciosismo;
tal e qual a jóia da frase ou da conjugação,
ágil, ígnea, em sintaxe e em mimetismo...
Ah, a Palavra e essa sua luminar ousadia
que, há milênios, expõe o equívoco e a razão,
mergulhando na prosa, voluteando na Poesia...