Amada

Em minhas decisões sempre tão cruas

dispus-me a dar adeus a ti, querida,

não vendo se eram minhas ou se tuas

as lágrimas na face entristecida;

Meus olhos e teus olhos – quanta dor!

A dúvida por ver que também sofres

resiste em não rimar na nova estrofe,

incerto sobre amar ou não o amor!

As lágrimas são tuas se algum meio

houvesse de provar-me quanto eu amo;

e sendo minhas, preso ao meu receio

de não saber se afasto ou se te chamo!

Resisto em não ceder aos devaneios

e não reconhecer o que separa

a linha deste adeus que não nos veio

e o mal que te causei já não repara;

Assim, mesmo que sinta que tu chores

não posso mais mudar o que já fiz

ainda que em teus olhos tu me implores

e o próprio pranto meu me contradiz;

E mesmo que ainda sinta que me adores

deixar-te foi preciso; mas não quis

deixar-te por querer dias melhores...

Apenas te deixei! Não fui feliz!

Reinaldo

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 22/10/2005
Código do texto: T62292