Arrebol

No entorno do lago ruas de casas padronizadas
Pintura, azul, branca, verde e amarela
Uma praça, e como de praxe, uma igreja
Onde todo mundo rezava aos domingos de manhã
Até minha mãe que era ateia lá também entrava
Não rezava, segundo ela, por não precisar.

Eu, ainda menino, um devoto da fé, mas tão devoto
Que quando vinha a emoção vinham também as lágrimas,
Doces lágrimas que só me davam prazer, porque em meu choro
Não havia agouro, era choro de alegria "para inglês ver".

Nas manhãs de sol nos jogávamos pelados
No lago azul, mas tão azul que o céu
Harmonizado pelo verão mantinham 
A fauna e flora; o canto era esplêndido e de paz
E as desavenças se resolviam além do infinito, muito além

Depois do mergulho retirávamos os barcos do local
Para pescaria de anzol, o que nos arredores
Quase ninguém fazia, a fome batia punha-se a chorar
A dor batia punha-se a reclamar, a tristeza vinha entregava-se
Ao lamemnto e ai cem por cento da vida era o sofrer.

Entregar-se a dor nada havia para se apegar
Apenas Deus e a fé, fé em tudo que se imaginava
De bom, fé no abstrado, o cientifico não havia para se apoiar
E a vida como sempre seguiu sob o arrebol das tardes.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 23/01/2018
Reeditado em 24/01/2018
Código do texto: T6234138
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