Na última casa

o que escapa das horas de cada dia?

vejo mãos a carregar cálices e vinhos

para as festas.

outras mãos são invisíveis...

acariciam as palavras soltas

das páginas amareladas

lidas no templo.

ah, o tempo. esse transborda!

nenhuma mão livre e nua,

detém a milionésima gota da chuva

na última casa de lata, papel, areia

e lama.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 02/02/2018
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