Felicidade (I)

Quando possas pensa um pouco

que esta vida não é nossa,

que este mundo é todo louco

e que alguém que for amigo

terá de trazer consigo

bastante imaginação!

Pensa um pouco que a mais viva,

mais profunda e mais feliz

é a amizade que diga

aquilo que ninguém diz...

Ninguém diz que ser humano

é tão fácil e bom de ser;

ninguém diz que a vida é pouca

para uma gente tão louca

que não sabe o que é viver!

Ninguém diz que a vida é bela

e que para viver nela

é preciso muita fé...

Ninguém diz que a vida é esta

e ela é tudo que nos resta

e basta ficar de pé!

Depois de viver-se tanto

sem saber qual é o canto,

quanto é santo compreender

que esta vida é mais amada

quando o tudo é quase nada

e ninguém mais quer perder...

Mas quem perde e quem apanha

pouco a pouco aprende o sonho;

sonha a vida e quase ganha

mas não sente acontecer

quando um raio de amizade,

luz, amor e liberdade

cruza o céu do amanhecer...

Pensa e diz que o nosso mundo

guarda um segredo profundo

no mais profundo do ser:

O segredo é a renúncia,

palavra tão sem pronúncia

que poucos sabem dizer...

Segredo é sonho, é verdade

e outro raio de amizade

a clarear este céu...

É uma lua de papel,

meio triste, meio presa

que diz: a vida é beleza,

é razão de se querer

ser amigo da certeza;

ser feliz, mesmo ao sofrer!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 23/10/2005
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