COPACABANA

COPACABANA

Um Rio

De águas salgadas

Banha o mar de Copacabana

Sem olhar o lago

De sangue ao lado

Que escorre e desagua

Em rostos rotos

Olhos esbugalhados

Línguas ferinas feridas

Em praia vermelha

Fruto da centelha

Que incendeia

Corpos e almas

Prostradas ao chão

Mortas sem compaixão

Entregam-se inertes

A causas que fogem a razão

Quem sabe onde irá parar

Cada alma

Cada pedacinho de pó

Talvez em alguma narina corroída

Mantenedora da ferida

Que nunca fecha e putrefata

Morre e mata

E pouco importa

A droga da vida

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 17/03/2018
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