Estátuas e cruzes

Estátuas e cruzes, silentes catedrais do fado,

que escutas o gemido e os clamores.

De quem vive e sofres condenado

á tristeza e as dores.

Pois lhe resta um só destino há trilhares,

a ti que vai solitário pela rua.

O destino de se lamentares

sob enegrecido céu, sem estrelas e sem lua.

Porque ficar-te igual morcego na penumbra escondido

se o dia o chama para ver-te a sua...

Manhã que veio para dar-te outro sentido,

a isto que deixaste a tua...

Alma desiludida, das paixões da vida,

sem sonhos e sem crenças.

Condenada a viver-te entristecida

e seguir-te nas asas da descrença.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 06/05/2018
Código do texto: T6328859
Classificação de conteúdo: seguro