DISTRAÍDOS DO MAL

Ouse a acreditar:

Há mortos que vagam

Sob as estrelas da noite

Na tentativa de amenizar

Seu rigor e ciana escuridão.

Perambulam distraídos do seu mal

Dos buracos que abrem no caminho

Das feridas que deixam abertas

Ao serem horrivelmente belos.

Creem que a luz das estrelas

Pertence-lhes e, portanto, são menos fétidos

E mais brilhantes do que aqueles que conquistaram

Luminescência, vida própria na suspensão do breu.

A queda é cova da qual não se levantarão jamais.