TALVEZ ÊXTASE

TALVEZ ÊXTASE

Talvez êxtase

Quem sabe frisson

Mas Vivaldi me invade

Em suas estações

Numa primavera que floresce

Num verão que me aquece

Num outono que me faz renascer

Num inverno que me esfria

Me arrepia

Com seus tons cinzentos

Só por momentos

Logo tudo renasce

E o frio na face

Aquece-se em aromas

E cores em profusão

Allegro me integro

A vida em sons

Em tons

Que emocionam

Um coração que bate

Por ora compassado

Em outras horas descompassado

Visto tanta beleza

Que invade sentidos

Ouvir sentir

Violinos em acordes

Harmonia

Pena nem todo dia

Há paz em quatro cordas

Que não asfixiam

Comovem e inebriam

Criam quimeras

Em primaveras

Que se estendem

Em cores irrepreensíveis

Impossíveis

De descrever

Em prosa e verso

Num universo

Infinito e imerso

Em toques de genialidade

Fruto de divindade

Inexplicável à humanidade

Que se destrói em barbaridades

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 30/06/2018
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