MARÉS

MARÉS

A maré fluía refluía

Eu ia a olhos com sal

A cheiro de maresia

A lembrança vinha ia

O céu espelhava o mar

O horizonte finito

Linha reta que enganava

A vida torta

Riscada na areia quente

De grãos infinitos

De pés em pegadas

Logo apagadas

Os brilhos eram sol

As nuvens eram só

Acinzentadas de água

Pura e insossa

Lavando corpo e alma

Matando sede

De pecados capitais

Enquanto corpos passeavam

Em lassidão premente

Levando vida nas ondas

Em fusão espumante

Morrendo na praia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 15/07/2018
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