Sobre deus, a morte e a vida fundidos no mesmo caixão

A morte é traiçoeira como uma tática de jogo de xadrez confessada à seu adversário.

Ela não tem nome, nem data de aniversário, mas nos pega em cada esquina como se fosse um poste de luz elétrica.

Por renegar a quem se diz maior que eu - mas, na verdade, não tem tamanho suficiente na métrica da existência -, eu sou exilada da festa de quem crê que não se pode viver de auto-suficiência.

Viver é um ato corajoso de persistência.

Morrer sem antes ter vivido é uma burrice muito cometida até mesmo pela mente mais brilhante.

Acordo atrasada, numa manhã nublada, escolhendo ir adiante.

Quando morrer, vou voltar para a caixa que muito se parece com meu quarto, ser julgada por tantos que não sabiam o que se passava dentro do meu inferno - o qual eu chamo de "mente" - e, quando o corpo começar a putrefar, ser taxada de boa pessoa com nome de indigente.

Thina Freitas
Enviado por Thina Freitas em 17/07/2018
Código do texto: T6392457
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