CÁPSULA

As sobras do Carnaval são ilusões bordadas

Fatalmente abandonadas quando o sol se levanta,

Levadas pela chuva na estação mais deslocada.

Da vida que passa e do mal que nunca dorme

Nem um sopro de novidade alivia o silêncio concreto.

Os pés sujos estão cobertos de brilho falso

De fantasias antigas que dançaram aqui um dia.

Um instante no tempo talvez seja a solução

Para o torpor que se chama liberdade na ausência.

Não oferecemos respostas, nem alívio, nem partidas.

Apenas uma felicidade que dura quatro dias.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 22/07/2018
Reeditado em 22/07/2018
Código do texto: T6397054
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