Morta minha infância
Morta, minha infância, morta
como à pedra, que me surge no caminho.
Tua lembrança me conforta,
como ao ébrio lhe conforta o doce vinho.
Tu partiste como às aves,
que se vão no entardecer.
-Serenas a seguires invisível o seu trilho...
No infinito do meu peito a se perder,
lá se foste me deixando,
nos meus olhos triste brilho.
Solitária foi surgindo uma estrela,
e nos postes, acenderam-se as luzes lá na rua.
Solitário, em meu peito sinto tê-la,
cintilando, merencória e distante como à lua.