Canal do sertão
Da espinhosa, cinzenta e dura caatinga
O farto verde, na esperança cura.
Do pedregulho as águas,
Muitas vidas se foram,
Invasão de águas, costumes e culturas
Estremecidos vibram,
A caatinga não será a mesma.
Se é bom ou ruim...
Transformação tem um preço.
Ganhos ou perdas
Só você é capaz de mensurar,
Porque cada um ama ou odeia do seu jeito.
No final tudo se resolve:
Mas a adaptação é muito cara.
La vai o canal,
Serpenteando o sertão
Cobra grande e venenosa
serpenteando o sertão.
A fome mata e engorda
O gordo nesta cultura
É sempre campeão.
Sem dinheiro, meu pequeno ficou grande,
Com dinheiro e grande demais
Mata e morre antes de crescer.