UM AMOR PRA MARIA E JOÃO
Maria das noites insones e solitária
Esperava, quem sabe, serenatas
João sem ilusões da rotina diária
Enforcado em nós de gravatas
Carentes de afagos e carinhos
Cruzaram por acaso seus caminhos
Indefesos corações sem destino certo
Teimam encontrar-se na hora errada
Deixam-se enganar quando na estrada
Repentina ventania da paixão passa perto
Imaginam amor de contos de fada
Ilusórias miragens, oásis no deserto
Eles se amaram plenamente semanas
Trocaram juras de afeto, teceram planos
Uma cerimônia com violinos e pianos
Acreditaram em profecias de ciganas
Entre os desejos das vontades profanas
E promessas de amor, juntaram os panos
O calor da paixão se resfria ligeiro
Típico de sua cruel natureza
Não gosta de sentir-se prisioneiro
Carrega espírito aventureiro
Não mandou aviso, de surpresa
Saiu mansamente “à francesa”
Duas tristezas a machucar o coração
Guardam um do outro certa lembrança
Maria nas noites insones, sem esperança
Procura estrelas no céu nublado
João sem entender o que deu errado
Ambos à espera de nova paixão