Meus Abismos

Sabes que sou fluida e etérea, silenciosa
e fugaz como o vento que se abandona ao mar...
Também choro na solidão de meus voos
quando sinto que te demoras,
ou já não me alcanças na essência de meus abismos,
nas planícies e montanhas de minhas marés,
na maresia de minhas colheitas,
insatisfeitas de terras e mansas águas...
Só fico em paz ao teu redor, na claridade de tua alma,
no toque tênue de tuas energias, no farol de luz
que emana de tua presença e me carrega
num redemoinho de infinitos...
num caleidoscópio de cor, luz e asas...

À um velho carpinteiro de palavras.