Ardia-me o olho o sol
Ardia-me, o olho, o sol, ardia...
Eu indo, pela tarde, eu indo...
Sentia, à impressão, de que havia,
seguindo-me, alguém, me seguindo.
E olhando às nuanças eu ia,
como o astro, no vislumbre, d'alvorada...
Silente, olhando nas flores que iria,
o tempo, silente, torná-las em nada.
Senti nesta tarde, à saudade e à dor,
como à ave, que cantas, na mata escondida...
Na alma, abstrato, o quadro do amor,
tristemente pintava-me a vida.