O miasma
Um bafo fétido
Feito a atmosfera de um bueiro infecto
Sopra aos ouvidos, aos intelectos
Ódio, medo, retrocesso
Cooptando esperanças, desmerecendo os méritos
Por onde andará nosso bom senso?
Com cólera afogada
E um quê de bravatas
Ditas, mas nunca afirmadas
Deblatera-se o miasma
Um fantasma, do atraso e da mão armada
O que será da nossa democracia?
Gagueja, pragueja, agarra-se a bandeiras
Diz-se patriota, mas é um lambe-botas
A mim não enrola
É fascista, racista, homofóbico
É um embrólio, um troço duro de engolir
Fechem a porta de casa
Não deixem entrar o miasma!