O amor é inocente

De toda a dor que já experimentamos

O amor de uma criança ainda assim refrigera a tristeza

De todas as guerras que passamos

O amor ainda assim nos dá motivo para sorrir

O mundo ignóbil rugi aos que ainda vivem

Não temos muito a optar

Injustiças, desamor, tanta ausência de bom senso

Assassinamos corriqueiramente o amor com extrema crueldade

Jogamos na lata de lixo os valores

Tiramos da nossa estante da sala a união

As cores já frias

As emoções como café morno

As pessoas estão secando em uma árida jaula fétida

De tudo que ainda nos sobeja

A inocência desce pela ampulheta similar a água

Nosso tempo de cultivar voa com o vento

Nossa pobre história de bons exemplos irão grafar em mais um livro escolar

Limitados a uma caixinha oca

A um sistema de cobaias

Perpétuos a um viver arbitrário

De holocaustos diários

Andamos em trilhos sobre uma paisagem enegrecida

A esperança vez ou outra ainda aparece no horizonte

Sim, para aqueles que conseguem crer

Um sorrir de uma pueril é cintilante

Permito me olhar feito uma criança

De tudo que nos resta

A inocente visão do florescer infantil.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 12/10/2018
Reeditado em 12/10/2018
Código do texto: T6474545
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