QUESTÃO

Há,no inferno, flores que cantam,

Que, no entanto do incêndio,

respondem à dor desesperada

Com apenas o leve retorcido

de folhas e flores.

Há no céu, flores que riem,

Que, no entanto de ventos,

Respondem ao prazer abençoado

Na narcolepsia de terra e água.

Rio, correndo sobre minhas mão, sem culpas e belos!

Terra, dormindo, abaixo de meus sossegos, cansada!

Perdoem o meu não-entender!

Quero a floresta, o pântano carnoso, o cume rarefeito!

Vivo mal satisfeita, deitada no meu jeito,

Pedindo gelo, vapor , líquido da água,

Para abençoar o batismo do viver,

Para perdoar o questionamento por só ser.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 15/10/2018
Reeditado em 02/01/2019
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