MARGENS

MARGENS

Nas margens outrora plácidas

Ondas de bárbaros vociferam

A forte correnteza das águas

Impede que os marginais

A esquerda e direita enfrentem-se

Em luta fratricida

Dois surfistas descem a corrente

Distantes das margens

Alternam-se na dianteira

Ao desaguar no mar

Vencedor e vencido

Abraçar-se-ão

Indiferentes a gritaria

Dos que ficaram como sempre

A margem

E serão (in)felizes para sempre

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
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