Ao fundo do posso
Jogo-me no posso
como exímio nadador que salta
ávido pela pérola no lamaçal,
lavagem profunda da suína dor.
Jogo-me no posso
como cria de Allan John,
sem a grande Torre ao fundo,
mas iluminado por San Dumont.
Jogo-me no posso
como ave de rapina do sertão,
cantada aos berros pelo valente João:
“Carcara, Pega, mata e come”.
Jogo-me no posso
como insistente candango come
“pra construir a capital, Brasília”,
realidade profética das musas Virgínias.
Jogo-me no posso,
como maestral bailarino Rudolf,
em espiral rítmico no arco-íris
e corpo entregue ao viver confome.