TEMPO DE SORTILÉGIO * Tanto me tardas!...

Tanto me tardas --- e tão longe moras!

Olho o relógio --- lentos, os ponteiros…

Mais me parecem séculos as horas!

Na noite dos silêncios carcereiros,

uivam os cães a dor da solidão,

alheios a relógios e ponteiros…

E tu me tardas tanto na ilusão

de nos sonharmos vivos outra vez,

aquém e além da nossa perdição…

Não tardes mais --- será que tu não vês,

dos longes onde moras,

que os séculos das horas

nos perdem… e de vez?

José-Augusto de Carvalho

25 de Dezembro de 2018.

Alentejo * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 26/12/2018
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