A taça virada

Já as horas escorreram,

E daqui a pouco se irá o dia,

E que terei feito neste tempo além de tentar matar a minha sede?

Onde estás tu, taça celestial,

Que não te encontram os meus lábios,

Nem a luz alguma consegue te iluminar?

As folhas esvoaçam,

O silêncio geme pelas esquinas,

E tu, tu que tem a taça e te escondes

Talvez não saiba,

Mas não te ter é a pobreza da alegria...

Quantos tempos morrerão

Até que te enlace o meu desejo

E finalmente nos possamos embeber,

Em segredos curvos, até

Caírmos exaustos junto a taça virada?

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 28/12/2018
Reeditado em 28/12/2018
Código do texto: T6537412
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